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quarta-feira, 1 de maio de 2013

Está feliz em seu trabalho?


Muitas pessoas reclamam que estão descontentes com o seu trabalho e que isso está fazendo mal e até mesmo atrapalhando sua vida pessoal. “Dentre as queixas mais comuns estão a remuneração, sobrecarga de trabalho, atividade pouco desafiadora, clima organizacional ruim e a mais relevante falta de sentido no trabalho.” fala a psicóloga, doutoranda em Doutoranda em Psicologia Social pela Universidade de São Paulo (USP), Gleicimara Araujo Queiroz. Segundo Ângela Miranda, consultora de RH, a falta de reconhecimento tida no trabalho também é uma importante e frequente queixa.

Esse descontentamento pode afetar diretamente a saúde do trabalhador. “Estas queixas, isoladamente, podem ser consideradas sem relevância, no entanto a médio e longo prazo são altamente prejudiciais à saúde mental do trabalhador” explica Gliecimara. Segundo a psicóloga, quando estas queixas tornam-se insustentáveis e causadoras de grande sofrimento o empregado pode chegar até a deixar a empresa.

Para evitar esses tipos de problemas as empresas podem agir de algumas formas, como ressalta Ângela Miranda “A empresa pode e deve adotar Políticas de Reconhecimento que nem sempre geram custos, mas geram benefícios como um elogio em público, um e-mail copiando toda a equipe com um “Parabéns”, dentre outros. A empresa também pode adotar um canal mais social em RH para coleta de queixas de empregados e trabalhar pontual ou montar um plano de ação geral para esta finalidade. Existem no mercado programas EAP que são formidáveis e aumentam bastante a qualidade de vida do empregado, sua entrega no serviço e reflete em casa junto ao familiar”.


 

Leia na íntegra a entrevista com a Doutoranda em Psicologia Social pela Universidade de São Paulo (USP), a psicóloga Gleicimara Araujo Queiroz


1 Quais são as queixas mais comuns das pessoas em relação aos seus empregos?
Dentre as queixas mais comuns estão a remuneração, sobrecarga de trabalho, atividade pouco desafiadora, clima organizacional ruim e a mais relevante falta de sentido no trabalho. 

2 Como essas frustrações podem se transformar em problemas para a vida pessoal dessas pessoas insatisfeitas? 
A queixa salarial é a mais objetiva, ela vai delimitar as condições de vida do sujeito, no entanto não é a mais aguda. Estas queixas, isoladamente, podem ser consideradas sem relevância, no entanto a médio e longo prazo são altamente prejudiciais à saúde mental do trabalhador. Com o trabalho cada vez mais fragmentado (como no filme tempos modernos do Charles Chaplin) o trabalhador se sente alienado, e perde cada vez mais sua subjetividade. Esse empobrecimento do trabalho gera também um empobrecimento do sujeito. Que se traduz em doença física, mental e social, pois reflete diretamente no âmbito familiar e na comunidade mais próxima.

3- Quais os principais motivos que fazem as pessoas desistirem dos seus empregos? Elas podem fazer algo para contornar esses problemas antes de pedir demissão? 
Os principais motivos que levam uma pessoa a desistir do emprego são quando estas queixas tornam-se insustentáveis e causadoras de grande sofrimento. Muitas vezes por necessidade, ou outro motivo particular, as pessoas acabam continuando em empregos adoecedores, e só abandonam esta situação quando já estão no limite ou gravemente doentes. No entanto, esta é uma questão bastante subjetiva, um local de trabalho pode ser mais ou menos insalubre (psicologicamente) dependendo do sujeito, claro que descartando locais de notórios maus tratos, como por exemplo, os casos recentes de fábricas de roupas que se utilizavam de mão de obra estrangeira em situação de escravidão. O importante é que antes mesmo de procurar um emprego a pessoa tenha consciência do seu perfil, as quais condições de trabalho ela se adapta melhor e buscar algo dentro do seu perfil. Para quem já se encontra trabalhando, o ideal é identificar quais são os problemas enfrentados, se há possibilidade de solução; como por exemplo, um funcionário que se queixa da falta de tempo para a família, ele pode diminuir a quantidade de horas extras semanais e se desligar do trabalho aos finais de semana. Uma segunda opção seria a mudança de cargo dentro da mesma empresa, para uma tarefa menos conflituosa. Em última instancia, caso o problema não possa ser resolvido, é importante que o funcionário saia antes que se prejudique, tanto profissionalmente quanto pessoalmente. Daí a importância em estar em constante desenvolvimento e realizando busca ativa de recolocação em outras empresas antes de ficar desempregado.

4- E as empresas? Como podem evitar essas queixas e deixar o profissional mais feliz e satisfeito?
A felicidade é idiossincrática, portanto não é fácil de ser determinada, assim cabe mais especificamente ao profissional do RH ajustar o perfil do trabalhador ao da vaga e proporcionar um ambiente saudável que ofereça qualidade de vida a seus funcionários, desde a promoção de um clima organizacional favorável, organização dos cargos, oferta de benefícios e incentivos, acompanhamento dos funcionários, na gestão de pessoas, políticas empresariais e por fim a remuneração justa, que dentre todas as queixas é a que possui menor impacto na satisfação no trabalho. Enfim, cuidar dos Recursos Humanos que dão existência a empresa, e não tê-los como peças substituíveis. No cenário atual, este tem sido o maior desafio das grandes empresas.

Entrevistadas:
Angela Miranda - Consultora de RH e Executive Search
e-mail:
pithip@yahoo.com.br Telefone de contato: 11-99634-1796

Gleicimara Araujo Queiroz, psicóloga, Doutoranda em Psicologia Social pela Universidade de São Paulo (USP).

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